Domingo no Carmelo

Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor

«Ele tinha de ressuscitar dos mortos»

No Domingo de Páscoa da Ressurreição do Senhor, a Igreja apresenta-nos o testemunho da fé pascal de três discípulos de Jesus: uma mulher e dois homens. Jesus manifesta-se-lhes como Ressuscitado, por meio dos sinais da ressurreição. Maria Madalena é a amada do Amado. O amor fá-la procurar e chorar o amigo morto e encontrar o amigo vivo. «No primeiro dia da semana, Maria Madalena foi de manhãzinha, ainda escuro, ao sepulcro e viu a pedra retirada do sepulcro» – sinal da ressurreição de Jesus – acreditou na ressurreição de Jesus e confessou a sua fé: «Correu então e foi ter com Simão Pedro e com o discípulo predilecto de Jesus e disse-lhes: «Levaram o Senhor do sepulcro e não sabemos onde O puseram». «O amor gera a fé; quem ama vê o Ressuscitado».

Os discípulos correm ao sepulcro: «Pedro partiu com o outro discípulo e foram ambos ao sepulcro. Corriam os dois juntos, mas o outro discípulo antecipou-se, correndo mais depressa do que Pedro, e chegou primeiro ao sepulcro. Debruçando-se, viu as ligaduras no chão, mas não entrou». «Corre mais quem mais ama». «Viu as ligaduras no chão», sinal da ressurreição de Jesus. Não entrou. Respeitou a missão de Pedro que, entretanto, chegou, entrou no sepulcro, viu as ligaduras no chão e o sudário que tinha estado sobre a cabeça de Jesus, não com as ligaduras, mas enrolado à parte», sinal da ressurreição de Jesus. «Entrou também o outro discípulo que chegara primeiro ao sepulcro: «viu e acreditou». João «entrou, viu e acreditou» que, segundo a Escritura, «Jesus devia ressuscitar dos mortos». Acreditou na Escritura que anuncia a Ressurreição de Jesus. A fé nasce do amor e exprime-se no amor: «A Páscoa é a vitória do amor que nos libertou da escravidão do pecado e da morte, mudou o curso da história, infundindo um indelével e renovado sentido e valor à vida do homem».

A experiência do encontro com Cristo ressuscitado é o fundamento da pascal da Igreja e da pregação dos Apóstolos. A fé gera a esperança, isto é, o testemunho de Cristo Ressuscitado. S. Pedro é a primeira testemunha do Senhor: «Nós somos testemunhas de tudo o que Ele fez no país dos judeus e em Jerusalém… Deus ressuscitou-O ao terceiro dia e permitiu-Lhe manifestar-Se, não a todo o povo, mas às testemunhas de antemão designadas por Deus, a nós que comemos e bebemos com Ele, depois de ter ressuscitado dos mortos». S. Paulo, a «última» testemunha de Cristo Ressuscitado, lembra-nos que, pelo baptismo, não só «morremos com Cristo», mas também «ressuscitamos com Cristo» para «aspirarmos às coisas do alto». «A Páscoa consiste em anunciar a morte do Senhor até que Ele venha» como triunfo da vida sobre a morte: «Quem nos impede de estar com Ele depois de ressuscitado, pois tão perto o temos no Sacramento, onde já está glorificado?».

A comunhão do Corpo do Senhor na Eucaristia – «sacrifício no qual tão admiravelmente renasce e se alimenta a Igreja» – é a palavra e o pão da nossa ressurreição. Por isso, «celebrando a solenidade da ressurreição do Senhor, renovados pelo Espírito», «ressuscitamos para a luz da vida». Jesus, a pedra rejeitada, é a pedra angular da Igreja. «Foi do lado de Cristo que se formou a Igreja. Cristo, do seu lado, nos deu a água e o sangue para formar a Igreja». A Páscoa do Senhor é o nascimento da Igreja. «N’Ele exultamos e n’Ele nos alegramos», porque «morrendo, destruiu a morte, e ressuscitando restaurou a vida». «A Páscoa é a verdadeira salvação da humanidade, a força salvífica da ressurreição de Cristo invade a humanidade inteira» (Bento XVI). «Ele está vivo e permanece no meio de nós: eis a grande certeza que deve animar a nossa vida» (Papa Francisco).

Padre Manuel Reis

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