Domingo no Carmelo

Domingo XXIX do Tempo Comum

«Deus fará justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam»

Jesus, que foi um grande orante e um excelente mestre de oração, «disse aos seus discípulos uma parábola sobre a necessidade de orar sempre sem desanimar». No domingo passado Jesus ensinou aos seus discípulos a oração de petição e, sobretudo, a oração de ação de graças. Neste domingo, relembra-nos que Deus, «com mão forte e braço estendido», salvou o seu povo dos seus inimigos pelas «mãos levantadas» de Moisés no «cimo da colina com a vara de Deus na mão» – «Quando Moisés tinha as mãos levantadas, Israel ganhava vantagem; mas quando as deixava cair, tinha vantagem Amalec» – e pelo combate e ataque de Josué em Refidim. O Senhor, que fez o céu e a terra, veio em auxílio do seu povo. Ele é quem te guarda, está a teu lado, é o teu abrigo. O Senhor te defende de todo o mal, vela pela tua vida. Ele te protege agora e para sempre.

Jesus, na viúva, ensina-nos a oração perseverante para alcançarmos a justiça de Deus, juiz justo, que «ampara o órfão e a viúva», que não defrauda a esperança de quem n’Ele confia e sempre escuta e atende os pobres: «E Deus não havia de fazer justiça aos seus eleitos, que por Ele clamam dia e noite, e iria fazê-los esperar muito tempo? Eu vos digo que lhes fará justiça bem depressa. Mas quando voltar o Filho do homem, encontrará fé sobre a terra?». Se a fé enfraquecer, vem o desânimo na oração. A oração alimenta a força da fé, mantem a fé viva, o «trato de amizade com quem sabemos nos ama», «o impulso do coração, o grito de gratidão e amor que une a Jesus». «Pedia-Lhe poder para a minha oração; outra coisa não estava ao meu alcance». «Quero ser filha da Igreja como era a nossa Madre Santa Teresa e orar pelas intenções do Santo Padre o Papa, sabendo que as intenções dele abraçam o universo».

Hoje muitos cristãos consideram desnecessária a oração. Mas Jesus considera-a necessária para alcançar a justiça e a salvação de Deus. Por isso, convida-nos a perseverar na oração, como Moisés «mantendo firmes as suas mãos até ao pôr-do-sol, e Josué desbaratando Amalece e o seu povo ao fio da espada». Outra espada, a do espírito, que é a Palavra de Deus, viva e eficaz, contida nas Sagradas Escrituras, pode dar-nos a sabedoria que leva à salvação, pela fé em Jesus Cristo. A em Deus justo juiz é necessária para orar sempre, sem desanimar, sem perder a esperança na justiça de Deus e na vinda Filho do Homem: «Quando vier o Filho do Homem encontrará fé sobre a terra?». A nasce da pregação do Evangelho e alimenta-se na oração. Hoje, Dia Mundial das Missões, sob o lema “Missionários de esperança entre os povos” – a nossa oração há de ser missionária para que «cada cristão faça brilhar a sua esperança em todos os cantos da terra». «Os missionários de esperança são homens e mulheres de oração, porque “a pessoa que tem esperança é uma pessoa que reza”. «Sois os meus Moisés orando no monte… O apostolado da oração não é mais elevado que o da palavra? A nossa parte é muito bela, que temos a invejar aos sacerdotes?».

«A oração é o primeiro ato missionário ao serviço do anúncio do Evangelho». A Sagrada Escritura é fonte da sabedoria que nos prepara bem para as boas obras. A Palavra de Deus, que não está encadeada, proclamada pelos missionários, na missão «ad gentes» e «inter gentes», traz a salvação ao mundo. Permanecendo firmes no que aprendemos pela boca da Igreja, proclamamos a palavra do Senhor, a palavra da salvação. «A Igreja, enviada a reanimar a esperança num mundo sobre o qual pesam sombras tenebrosas, é «sinal do Coração de Cristo e do amor do Pai, abraçando o mundo inteiro». A Maria, Mãe de Jesus Cristo, nossa esperança. entregamos o desejo de «que a luz da esperança cristã chegue a cada pessoa, como mensagem do amor de Deus dirigida a todos».

Padre Manuel Reis

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