Domingo no Carmelo

Domingo VII do Tempo Comum

«Sede misericordiosos, como o vosso Pai é misericordioso»

«Todos os homens querem misericórdia, mas infelizmente nem todos procedem de modo a merecê-la; todos a desejam receber, mas poucos a querem praticar… Quem deseja alcançar misericórdia no Céu, deve praticá-la neste mundo… Dai a misericórdia terrena e recebereis a misericórdia celeste… Dá ao pobre um pouco de pão, para mereceres receber de Cristo o pão da vida eterna».

«Ser misericordioso, como o Pai é misericordioso» é ser filho de Deus e perdoar as ofensas dos irmãos. O perdão das ofensas é a expressão mais evidente do amor misericordioso. «Era Deus que em Cristo reconciliava o mundo consigo… Tudo provém de Deus que, por meio de Cristo, nos reconciliou consigo». «Tomou um cálice, deu graças e deu-lho, dizendo: «Bebei todos dele, pois isto é o meu sangue da aliança, derramado por muitos para o perdão dos pecados». «Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem». «Pai, perdoai-nos as nossas ofensas». Pai, pequei contra o Céu e contra ti». «Sim, levantar-me-ei e irei ter com meu pai». «Padre, abençoai-me, porque eu pequei». No dia em que Deus deixasse de amar e perdoar com misericórdia deixaria de ser Pai.

O Pai celeste é misericordioso connosco, perdoando as nossas ofensas, para aprendermos d’Ele a ser misericordiosos uns com os outros. «Do que recebemos da bondade divina, dêmo-lo também nós àqueles que nos ofenderam». «Homem, sê para ti mesmo a medida da misericórdia; deste modo alcançarás misericórdia como quiseres, quanto quiseres e com a prontidão que quiseres; basta que te compadeças dos outros com generosidade e prontidão». «Sede bondosos e compassivos uns para com os outros, perdoando-vos mutuamente como também Deus vos perdoou em Cristo». «Como eleitos de Deus, santos e amados, revesti-vos de sentimentos de misericórdia, de bondade, humildade, mansidão e paciência, suportando-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, se alguém tiver razão de queixa contra outro. Assim como o Senhor vos perdoou, também vós o deveis fazer». «Tu, Senhor, voltas com alegria e amor a levantar a alma que te ofende, e eu não volto a levantar e honrar aquele que me enoja [agrava, ofende] a mim».

«Confie na bondade de Deus, que é maior de que todos os males que podemos fazer e não se lembra da nossa ingratidão, quando, reconhecendo o que somos, queremos voltar à Sua amizade. Nem se recorda das mercês que nos tem feito para por elas nos castigar; antes ajudam a perdoar-nos mais depressa, como a gente que já era de Sua casa e tem comido – como dizem – o seu pão. Lembrem-se das Suas palavras e vejam o que fez comigo: mais me cansei eu de O ofender, que Sua Majestade de me perdoar. Nunca Ele se cansa de dar nem se podem esgotar Suas misericórdias; não nos cansemos nós de receber. Seja bendito para sempre, amen, e louvem-n’O todas as criaturas».

«Eu sou essa filha, objecto do amor previdente de um Pai que não enviou o seu Verbo para resgatar os justos, mas os pecadores. Quer que O ame, porque me perdoou, não muito, mas tudo. Não esperou que eu O amasse muito como Santa Madalena, mas quis que EU SOUBESSE como me tinha amado com um amor de inefável previdência, para que agora O ame loucamente!… Ouvi dizer que nunca se encontrou uma alma pura que amasse mais do que uma alma arrependida. Ah! como gostaria de desmentir essa palavra!…».

«Misericórdia: esta palavra muda tudo, muda o mundo. Um pouco de misericórdia torna o mundo menos frio e mais justo».

Padre Manuel Reis, OCD

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