«Tudo o que o Pai tem é meu. O Espírito receberá do que é meu, para vo-lo anunciar»
Jesus revelou à Igreja o Pai e o Espírito Santo: «Se bem que todos falem de Deus, quem é que o compreende como deve ser compreendido, ainda que o seu nome esteja sempre na boca de todos e todos oiçam falar dele? Quem poderá alcançá-l’O com a penetração da sua mente? Quem jamais viria a saber que Ele é Trindade, se Ele próprio no-lo não tivesse revelado»?» (S. Agostinho).
«Aprouve a Deus, na sua bondade e sabedoria, revelar-se a si mesmo e tornar conhecido o mistério da sua vontade, por meio do qual os homens, através de Cristo, Verbo Incarnado, têm acesso ao Pai no Espírito Santo e n’Ele se tornam participantes da natureza divina. Por conseguinte, em virtude desta revelação, Deus invisível, na abundância do seu amor, fala aos homens como a amigos, e conversa com eles para os convidar e os receber em comunhão com Ele» (Dei Verbum).
«Há um Ser que é o Amor e que quer que vivamos em sociedade com Ele. (…) O Meu Mestre que quer habitar em mim, com o Pai e o seu Espírito de amor, para que, segundo a expressão do discípulo muito amado, tenha com Eles “comunhão”… Deixo-te a minha devoção pelos Três, pelo “Amor”. Vive, no interior, com Eles no céu da tua alma; o Pai te cobrirá com a sua sombra, colocando como que uma nuvem entre ti e as coisas terrenas para te guardar toda sua, Ele há-de comunicar-te o poder para que o ames com um amor forte como a morte; o Verbo há-de imprimir na tua alma, como num cristal, a imagem da sua própria beleza, para que sejas pura da pureza dele, luminosa, da sua luz; o Espírito Santo virá transformar-te numa lira misteriosa que, no silêncio, sob o toque divino, há-de produzir um magnífico cântico ao Amor» (S. Isabel da Trindade).
«O mistério da Santíssima Trindade é um grande Mistério, o Mistério dos mistérios»: «um Amante, um Amado, um Amor»: «Três Pessoas e um amado / entre todas três havia / e um amor em todas elas / e um amante as fazia; / e o amante é o amado / em que cada qual vivia. / Este ser é cada uma / e este só as unia / num inefável nó / que dizer não se sabia; / pelo qual era infinito / o amor que as unia / porque um só amor três têm / que sua essência se dizia / que o amor quanto mais uno/ tanto mais amor fazia» (S. João da Cruz).
«Deus Pai, que revelastes aos homens o vosso admirável mistério, enviando ao mundo a Palavra da verdade e o Espírito da santidade, concedei-nos que, na profissão da verdadeira fé, reconheçamos a glória da eterna Trindade e adoremos a Unidade na sua omnipotência» (Coleta). «Com o vosso Filho Unigénito e o Espírito Santo, sois um só Deus, um só Senhor, não na unidade de uma só pessoa, mas na trindade de uma só natureza. Tudo quanto revelastes acerca da vossa glória, nós o acreditamos também, sem diferença alguma, do vosso Filho e do Espírito Santo. Professando a nossa fé na verdadeira e sempiterna divindade, adoramos as três Pessoas distintas, a sua essência única e a sua igual majestade» (Prefácio).
«Parece-me que nada diz mais o amor que está no Coração de Deus do que a Eucaristia: é a união, a consumação, é Ele em nós, nós n’Ele, e não é isto o Céu na Terra? O Céu na fé aguardando a visão do face a face tanto desejada» (S. Isabel da Trindade). «Oh, que bens serão aqueles que gozaremos com a visão da Santíssima Trindade!» (S. João da Cruz).
Padre Manuel Reis