Domingo no Carmelo

Domingo V da Quaresma

«Se o grão de trigo, lançado à terra, morrer, dará muito fruto»

Deus anuncia a nova aliança com o seu povo escrita no coração: «Estabelecerei com a casa de Israel e com a casa de Judá uma aliança nova… Todos eles Me conhecerão… Vou perdoar os seus pecados e não mais recordarei as suas faltas». «Nós queríamos ver Jesus». Viram a hora da sua morte como hora da sua glorificação e da nossa salvação: «O grão de trigo… se morrer, dará muito fruto». A «mais bela morte de amor» é «a hora de o Filho do homem ser glorificado» pelo Pai. «Não tinha o Messias de sofrer essas coisas para entrar na sua glória?Jesus, de alma perturbada, reza ao Pai, não para que «o salve desta hora», mas para «glorifique o Seu nome». E o Pai fez ouvir a sua voz interior espiritual para o confortar com a sua força e poder na sua humanidade: «Já o glorifiquei e tornarei a glorificá-lo». E nos dizer a nós que é a «hora do julgamento do mundo», da «expulsão do príncipe deste mundo», a «hora da salvação» dos crentes: «Apesar de ser Filho, aprendeu a obediência no sofrimento e, tendo atingido a sua plenitude, tornou-Se para todos os que Lhe obedecem causa de salvação eterna». «Quem despreza a sua vida neste mundo, conservá-la-á para a vida eterna».

«Quando Eu for elevado da terra, atrairei todos a Mim». «Falava deste modo – «quando Eu for elevado da terra» – «para indicar de que morte ia morrer». A morte de Jesus na cruz é a glória que manifesta o amor de Deus que salva e dá vida ao mundo. «Com a elevação da Encarnação do seu Filho e da glória da sua ressurreição segundo a carne, o Pai deixou-nos totalmente vestidos de formosura e dignidade».«É preciosa aos olhos do Senhor a morte dos seus fiéis». «O discípulo não está acima do Mestre». «Se alguém Me quiser servir, que Me siga, e onde Eu estiver, ali estará também o meu servo. E se alguém Me servir, meu Pai o honrará». «Se alguém Me servir», «dará muito fruto». «Felizes os que recebem a palavra de Deus de coração sincero e generoso e produzem fruto pela perseverança».

Deus estabelece a nova e eterna aliança com o seu povo no corpo e sangue do seu Filho: «Depois da Ceia, tomou o cálice… Este é o cálice do meu Sangue, o Sangue da nova e eterna aliança, que será derramado por vós e por todos, para remissão dos pecados». «Ele me amou e se entregou por mim». «Que retribuirei ao Senhor por tudo quanto me concedeu? Tomarei o cálice da salvação». «Fazei isto em memória de Mim». A Eucaristia actualiza a nova e eterna Aliança no corpo e sangue de Cristo que nos perdoa os pecados e salva para a eternidade: «Concedei-nos a graça de viver com alegria o mesmo espírito de caridade que levou o vosso Filho a entregar-Se à morte pela salvação dos homens». «Amor com amor se paga». «Ó Jesus! deixa-me, no excesso da minha gratidão, deixa-me dizer-Te que o teu amor vai até à loucura… Como queres, perante tal Loucura, que o meu coração não se eleva para Ti? Como poderia ter limites a minha confiança!». «Compadecei-Vos de mim, ó Deus, pela vossa bondade, pela vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados… Dai-me de novo a alegria da vossa salvação». Semeemos o «grão de trigo», obedecendo com amor à vontade do Pai, que quer a nossa salvação e vida, e colhamos na alegria o dom e o fruto da Páscoa, o Espírito de Amor que renova a face da terra. Quaresma de Amor, Páscoa de Amor.

Padre Manuel Reis

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