«O Espírito Santo vos ensinará tudo»
A Páscoa de Cristo completou-se com a efusão da pessoa divina do Espírito Santo, que procede do Pai e do Filho, revelando-nos e ensinando-nos plenamente a comunhão com a Santíssima Trindade. «Quando chegou o dia de Pentecostes, os Apóstolos estavam todos reunidos no mesmo lugar». Assim estamos nós neste dia de Pentecostes do Ano Jubilar da Esperança reunidos na Eucaristia para escutarmos a Palavra de Deus, a qual, na primeira leitura, nos disse que «todos ficaram cheios do Espírito Santo e começaram a falar outras línguas, conforme o Espírito lhes concedia que se exprimissem»; e, na segunda leitura, nos disse que o «Espírito de Deus habita em nós», cristãos, porque «temos o Espírito de Cristo» e «Lhe pertencemos», porque «Cristo está em nós» que «permanecemos vivos» e «conduzidos pelo Espírito de Deus somos filhos de Deus», pois «recebemos o Espírito de adopção filial, pelo qual exclamamos “Abbá, Pai” e «o próprio Espírito Santo dá testemunho, em união com o nosso próprio espírito, de que somos filhos de Deus» e «herdeiros de Deus e herdeiros com Cristo», porque sofremos com Ele e com Ele seremos glorificados» quando «os nossos corpos mortais receberem a vida do Espírito que habita em nós».
No Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo segundo São João Jesus promete-nos que se O amarmos, guardando os seus mandamentos, Ele pedirá ao Pai que nos dará outro Paráclito para estar sempre connosco, o «Espírito Santo, que o Pai enviará em seu nome, para nos ensinar todas as coisas e recordar tudo o que Ele nos disse», pois o Pai nos amará e Eles virão a nós e farão em nós a sua morada. Rezemos também nós com piedade o Pai-nosso e peçamos ao Pai, por Cristo, que nos mande a plenitude do Seu Espírito com os seus sete dons de entendimento, de ciência, de conselho, de piedade, de fortaleza e de temor de Deus e renove a terra. Ou então, invoquemo-Lo directamente: «Vinde, Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do vosso amor».
«Esta chama de amor é o espírito do seu Esposo, o Espírito Santo. A alma sente-O já dentro de si, não só como fogo que a consome e transforma em amor suave, mas também como fogo que nela arde e deita chamas, como se disse. E sempre que aquela chama arde, banha de glória a alma e refrigera-a com o gosto da vida divina».
«Viver de Amor, é guardar-Te e Ti mesmo / Verbo incriado, Palavra do meu Deus, / Ah! Tu sabe-l’O, Divino Jesus, eu amo-Te / O Espírito de Amor abrasa-me com o seu fogo / Amando-te eu atraio o Pai / O meu pobre coração guarda-O para sempre. / Ó Trindade! Vós sois Prisioneira
Do meu Amor!…
Viver de Amor, é dissipar o medo / Afastar a lembrança das faltas do passado. / Dos meus pecados não encontro vestígio, / Num breve instante o amor queimou tudo… / Chama divina, ó dulcíssima Fornalha! / No teu centro fixo a minha morada / É no teu fogo que eu canto alegremente: «Vivo de Amor!…».
Padre Manuel Reis

