Domingo no Carmelo

Domingo III do Advento

«Que devemos fazer?»

Acendemos hoje, na Eucaristia, a terceira vela da coroa do Advento, porque o Senhor está no meio de nós e o seu amor é a alegria dos nossos corações. O Advento vai a meio. O Natal aproxima-se. Neste «Domingo da Alegria», alegramo-nos pela vinda natalícia do Senhor, pela sua vinda gloriosa no fim dos tempos e pela sua presença no meio de nós como nosso Salvador. «Deus está perto de nós / E já se sente pulsar / O coração do Senhor / Que vem connosco morar».

O Senhor, pelo profeta Sofonias, convidou a cidade de Jerusalém, o povo de Israel, à alegria pela libertação e paz que Deus, rei de Israel, no seu amor, lhe trouxe, como «poderoso salvador». Israel alegrou-se porque Deus o salvou gratuitamente: «O Senhor teu Deus está no meio de ti, como poderoso salvador… Ele enche-Se de júbilo, renova-te com o seu amor, exulta de alegria por tua causa». Por S. Paulo, convidou-nos à alegria, porque o Senhor está próximo para nos ensinar a arte de nos fazermos próximos uns dos outros: “Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo o digo: alegrai-vos!”. «O Senhor está próximo». A Igreja, em Maria, alegra-se com a vinda do Salvador: «Alegra-te, Maria, a filha de Sião, o Senhor está contigo». E, nos nossos dias, continua a convidar-nos à «alegria do Evangelho», à «alegria do Amor na vida familiar», à «alegria dos santos»: «Alegrai-vos e exultai no caminho da santidade».

O «mandamento da alegria» articula-se com o «mandamento da conversão». O povo de Israel perguntou a João Baptista «o que devemos fazer» para «mudar de vida» e «preparar o caminho do Senhor». No deserto, a palavra de João tocou o coração do povo que se converteupor meio de uma vida mais justa, pacífica, fraterna. E nós, como nos convertemos ao Senhor neste Advento e Natal?Cada um de nós pergunte, não ao Baptista, mas ao Senhor, o que deve fazer, para preparar o Natal. «Erguei-Vos, que vem o Senhor! / No Espírito Santo e no fogo / Baptizará os que O seguirem. / Erguei-vos, que vem o Senhor / É Ele o Salvador do mundo». Acolhamo-Lo pessoalmente na Eucaristia e sacramentalmente em cada homem, principalmente nos pobres. «Deus não pede gestos excepcionais, mas acima de tudo o cumprimento honesto do próprio dever». As obras concretas em favor do próximo – «quem tem… reparta com que não tem» – são «frutos» de conversão a Deus e  de amor aos irmãos.

«Se Deus se alegra em amar-nos, nós alegramo-nos em amar a Deus, e, em Deus, uns aos outros. Sendo fruto do amor, a alegria é o distintivo dos amigos de Deus». «Ser cristão é “alegria no Espírito Santo”, porque, “do amor de caridade, segue-se necessariamente a alegria. Pois quem ama sempre se alegra na união com o amado. (…) Daí que a consequência da caridade seja a alegria”».«A fonte da alegria cristã é a certeza de sermos amados por Deus, amados pessoalmente pelo nosso Criador com um amor que perdoa». «Deus é alegria! E o que é a alegria de Deus? A alegria de Deus é perdoar». «Deus é alegria infinita». Na Eucaristia de Natal celebramos a «alegria da nossa salvação»: «Deus é o meu Salvador… Ele é a minha salvação… Tirareis água com alegria das fontes da salvação». Peçamos ao Senhor que conceda à sua Igreja e ao Carmelo a graça de «chegar às solenidades da nossa salvação e celebrá-las com renovada alegria». «Jesus, a minha alegria é amar-Te!». Santo Advento.

Padre Manuel Reis, OCD

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