Domingo no Carmelo

Domingo XXXI do Tempo Comum

«Amarás o Senhor teu Deus. Amarás o teu próximo»

Amar a Deus e amar o próximo, eis o Evangelho de hoje, o primeiro e o segundo mandamento de Cristo, como nos ensina Santa Teresa de Jesus: «Aqui, só estas duas nos pede o Senhor: amor de Sua Majestade e do próximo; é no que temos de trabalhar… O sinal mais certo que há, a meu parecer, para ver se guardamos estas duas coisas, é guardar bem a do amor ao próximo; porque, se amamos a Deus não se pode saber… mas o amor do próximo, sim».

Por sua vez, Santa Teresa do Menino Jesus recorda-nos que Jesus repete, em quase cada página do Evangelho, que o segundo mandamento é semelhante ao primeiro: «Deus concedeu-me a graça de compreender o que é a caridade. Dantes compreendia-o, é verdade, mas de uma maneira imperfeita. Não tinha aprofundado estas palavras de Jesus: “O segundo mandamento é semelhante ao primeiro: Amarás o teu próximo como a ti mesmo”… Jesus deu a conhecer esta vontade diversas vezes; deveria dizer, quase em cada página do Evangelho». Lembra-nos ainda o Seu mandamento novo: «Dou-vos um mandamento novo, que vos ameis uns aos outros, e que assim como Eu vos amei, vós também vos ameis uns aos outros». Mas, reconhece a sua incapacidade para amar as suas irmãs como Jesus as ama: «Sabeis bem que nunca poderia amar as minhas Irmãs como Vós as amais, se Vós mesmo, ó meu Jesus, não as amásseis também em mim. Oh! como gosto do mandamento novo, já que me dá a certeza de que a vossa vontade é amardes em mim todos aqueles a quem me mandais amar! Sim, eu sinto que quando sou caridosa, é só Jesus que age em mim; quanto mais estiver unida a Ele, tanto mais amo também as minhas Irmãs».

Ouçamos o Papa Francisco a comentar esta meditação de Teresa de Lisieux: «Estas ações de amor ao próximo… cumprem a sua função quando são alimentadas pela caridade do próprio Cristo. Ele permite-nos amar como Ele amou e, assim, Ele próprio ama e serve através de nós… Um coração humano que dá espaço ao amor de Cristo através duma confiança total e o deixa expandir-se na sua própria vida com o seu fogo, torna-se capaz de amar os outros como Cristo, tornando-se pequeno e próximo de todos. Assim Cristo sacia a sua sede e espalha gloriosamente, em nós e através de nós, as chamas da sua ternura ardente. Reparemos na bela harmonia que existe em tudo isto» (Papa Francisco).

Padre Manuel Reis, OCD

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