Domingo no Carmelo

Domingo V da Páscoa

«Quem permanece em Mim
e Eu nele dá muito fruto»

«Eu sou a verdadeira vide e meu Pai é o agricultor. Eu sou a videira, vós sois os ramos. Quem permanece em Mim e Eu nele dá muito fruto. A glória de meu Pai é que deis muito fruto. A Páscoa de Cristo alcançou-nos do Pai o Espírito Santo: «Recebei o Espírito Santo». Sem a Páscoa do Espírito Santo, que a Igreja celebra no Pentecostes, a Páscoa de Jesus não seria frutuosa na nossa vida. Se permanecerdes em Mim e as minhas palavras permanecerem em vós, pedireis o que quiserdes e ser-vos-á concedido. Tudo o que pedirdes ao Pai em meu nome Ele vo-lo concederá. Quanto mais o Pai dará o Espírito Santo àqueles que Lho pedem.

A Igreja, unida ao Senhor, na Eucaristia, dá graças ao Pai do Céu pelo dom do Espírito Santo e suplica-o ao Pai, por Cristo, com Cristo e em Cristo, para que encha o coração dos fiéis, acenda neles o fogo do seu amor e renove a face da terra. Seremos discípulos de Jesus, se dermos muito fruto para glória do Pai. A glória do Pai manifesta-se em que demos muito fruto e nos comportemos como meus discípulos do seu Filho. Podemos dar fruto se permanecermos em Jesus. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que vos mando. É este o meu mandamento: que vos ameis uns aos outros como Eu vos amei. Sem a comunhão de amor com Jesus e com os irmãos não podemos fazer nada de divino e de belamente humano. Não fomos nós que escolhemos o Senhor, foi Ele que nos escolheu a nós e nos destinou a irmos e darmos fruto e o nosso fruto permaneça. Podados pelo Pai Agricultor, limpos pela palavra do Filho, que é espírito e vida, e permanece em nós, peçamos a plenitude do Espírito Santo que nos será concedido. Na comunhão do amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo, demos ainda mais fruto.

«“Permanecei em mim” (Jo 15, 4). É o próprio Verbo de Deus que dá esta ordem, e que exprime esta vontade. Morai em mim, não por alguns instantes, algumas horas que têm de passar, mas “morai…” num modo permanente, habitual. Permanecei em mim, orai em mim, adorai em mim, amai em mim, sofrei em mim, trabalhai, agi em mim. Permanecei em mim quando vos apresentardes a qualquer pessoa ou fizerdes qualquer coisa, penetrai sempre cada vez mais nesta profundidade. Esta é, então, verdadeiramente, a «solidão, a que Deus quer atrair a alma para lhe falar», como o cantava o profeta» (S. Isabel da Trindade).

Padre Manuel Reis

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